sexta-feira, julho 06, 2007

Baixio das Bestas.

Voltemos às resenhas...

Ontem assisti Baixio das Bestas. Achei um filme agressivo, chocante, sujo... Em alguns momentos, grotesco. Entretanto, é um filme realista. A degradação humana retratada ali de forma crua, infelizmente, existe. Embora eu tenha minhas críticas ao fascínio de nossos cineastas pelas mazelas sociais existentes nas entranhas de nosso querido e amado Brasil e a conseqüente banalização da pobreza, gostei do filme. Os personagens, em seu nível mais extremo de sordidez, me fascinaram. Talvez, pela abordagem correta de Cláudio Assis em optar pela neutralidade e ,em nenhum momento, julgar alguém pelas suas atitudes, na maioria das vezes, cruel. O filme, segundo longa do diretor pernambucano - o primeiro foi Amarelo Manga - é o retrato mais transparente da degeneração humana. De como as pessoas podem revelar o seu lado mais sujo, mais podre, mais agressivo, mais cruel. Um grupo de playboys que vivem em uma orgia permanente, preconceituosos, que acabam com prostitutas, um velho rude, grosso, que explora a neta, que no final das contas, é sua própria filha, um homem religioso, uma casa de prostituição, onde a inveja parece reinar absoluta entre as moças que lá oferecem os seus prazeres a ninguém, por que nem mesmo existem homens que estejam dispostos a “come-las”, uma indústria canavieira decadente. A pobreza revelada sob o seu âmbito mais cruel.
É um retrato de como as pessoas acabam junto com o ambiente na qual estão inseridas. De como a ausência de oportunidades pode levar as pessoas a cometerem os piores atos humanamente possíveis. Ou seriam impossíveis?! De como aqueles que teriam condições de mudar algo se fascinam pelo podre e se apodrecem mais ainda. Em meio a esse ambiente, um homem cava incansavelmente uma vala. Será isso o signo da degradação absoluta, do pessimismo em relação àquela comunidade? O símbolo de que aquilo já chegou ao fim?

Baixio das Bestas é assim: um filme que dá uma pontada no peito por você saber que tudo aquilo existe e o pior, por saber que o homem é capaz de revelar seu lado mais podre, mais cruel simplesmente para tentar sobreviver. Um tanto pessimista, é verdade, mas quem vai dizer que isso não é um dos lados da natureza humana?

Nossa, eu acho que estou meio mórbida ultimamente.

terça-feira, julho 03, 2007

dói...

mas às vezes, a gente precisa ser franca. No final, dá um alívio...




segunda-feira, julho 02, 2007

tédio.ócio

Depois de uma tarde sem qualquer resistência para levantar da cama, absorta em meus pensamentos malucos e algumas futilidades, eu me pergunto: quando é que farei alguma coisa que seja realmente útil?

*

crises existenciais pós-tpm. Eu acho que isso passa, né?!

domingo, julho 01, 2007

notícia boa

O No mínimo infelizmente encerrou suas atividades hoje, mas Ricardo Calil, colunista de cinema, de um dos sites mais bacanas que já existiram, manterá sua coluna em um novo endereço. Quem já lia o Olha Só, quem tem vontade ler, quem lia pouco, mas gostava, entrem, a partir de amanhã, no Ricardo Calil.

Muitos dos ex-colunistas do No mínimo fizeram a mesma coisa. No site do Calil, vocês encontram o link para alguns deles.

eba! eba!

"a culpa é minha"...

... "não, a culpa é sua".

Não, a culpa é dos dois.

*

eu preciso, urgentemente, voltar às salas de cinema, assistir um bom filme e escrever uma puta de uma resenha sobre ele. ou então, acho que esse blog vai acabar e eu não quero isso.





 
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