Squadra Azurra!!!
(foto tirada do site http://fifaworldcup.yahoo.com/)
Itália supera tabu de não vencer decisão por pênaltis e leva seu quarto título mundial
Após 24 anos...
As copas do mundo guardam uma tradição. Nem sempre as melhores equipes são aquelas que conquistam o título. A seleção brasileira era a melhor da copa de 82, mas não conseguiu chegar nem a final. A Holanda de Croiff era a favorita da copa de 74, mas perdeu a final para Alemanha após a virada do time alemão, dono da casa. O Brasil, favorito em 82 ganhou em 94 nos Estados Unidos em uma campanha medíocre. A vitória da França em 98 foi questionável.
Porém, a copa deste ano, desmistificou esse tabu, após a conquista merecida do quarto título da Itália na partida de hoje em Berlim contra a França. Pode parecer inesperada a final disputada entre França e Itália, se levar em consideração que no início da copa, ambas estavam distantes das favoritas ao título mundial. Nos bolões e apostas seus nomes, sequer eram mencionados. Talvez a Itália estivesse desacreditada após o escândalo da máfia no futebol italiano envolvendo o técnico da seleção, Marcello Lippi, que na ocasião treinava o Juventus; e alguns jogadores; e a França, devido à idade avançada de maior parte dos jogadores. O time francês era considerado velho demais e somado a isso o capitão e estrela do time Zinedine Zidane havia anunciado que se aposentaria do futebol após o torneio.
(Mas, contudo, no entato, entretando, porém, todavia...)
A copa começou e já na primeira fase a seleção italiana fazia jus à tradição, e se destacava por sua defesa forte e bem armada. E o goleiro Buffon se candidatava a disputa de melhor goleiro da copa. A Itália passou então, à segunda fase do torneio com apenas um gol sofrido, no jogo, contra a seleção norte-americana. E cresceu tanto que desbancou a Alemanha dona da casa nas semi-finais. Já a seleção francesa, se classificou para a segunda fase da competição, após um início ruim e difícil. Empatou os dois primeiros jogos vencendo apenas o terceiro contra a fraca seleção de Togo. Mas a exemplo da Itália se destacou nas partidas decisivas, tirando a seleção de estrelas do Brasil, nas quartas-de-final, em um jogo que Zinedine Zidane brilhou. E chegou às finais.
(Então...)
A partida de hoje foi disputada, emocionante, com grandes oportunidades dos dois lados, mas com uma leve superioridade do time francês. Talvez tenha sido o “jogo” da copa. E Marco Materazzi, zagueiro italiano, o grande nome do jogo. Não por sua atuação, mas por ser o responsável pelos momentos mais emocionantes. Foi ele quem conseguiu levar a “Squadra Azurra” ao desespero e à alegria em pouco mais de dez minutos. Aos nove minutos derrubou Thierry-Henry na área e o juiz marcou pênalti, que Zidane converteu em um dos gols mais fantásticos já visto. A bola bateu no travessão e por apenas 32 cm conseguiu atravessar a linha do gol. Porém, após escanteio cobrado por Andréa Pirlo, mostrou sua habilidade aérea e cabeceou a bola para dentro do gol, empatando o jogo. No segundo tempo enquanto a França dominava a partida a Itália se defendia. Canavarro com apenas 1,74 conseguia deter o ataque do time francês. O jogo permaneceu equilibrado no tempo extra. Zidane poderia ter decidido o jogo se Buffon não tivesse defendido a cabeçada certeira do francês. Porém, mais uma vez, Materazzi apareceu, e se desentendeu com Zidane. O italiano agrediu verbalmente o francês chamando sua irmã de prostituta mais de uma vez, Zidane irritado, em uma atiutde abominável, deu uma forte cabeçada no peito de Materazzi. Levou um cartão vermelho e foi expulso. Saiu de cabeça baixa e chorando aparentando um possível remorso. Se certo ou errado, falo disso depois. O fato é que a expulsão desequilibrou a partida levando a disputa às penalidades máximas.
A Itália se redimiu do fracassado histórico de cobranças de pênaltis, e converteu todas as penalidades. Já a França, sem Zidane, e Thierry-Henry, substituído no segundo tempo, marcou apenas três. Trezeguet errou o segundo pênalti. A Itália, conquistou o título em uma das copas mais justas. Não se destacou por um ataque perfeito,mas, tinha a melhor defesa de todas as seleções que disputavam o torneio. Foi a líder do grupo mais difícil da copa, levou apenas dois gols e fez uma campanha bem melhor que a da França. Se o time de Henry, Vieira e Zidane ganhasse, seria injustiça, devido à campanha pífia do time francês na primeira fase. Sim, a Itália de Buffon, Totti, Cannavaro, Pirlo e Materazzi é tetra e tem agora apenas um título a menos que o Brasil. Materazzi o destaque da partida. E Buffon, o melhor goleiro do mundial.
Sobre Zidane
Mas, sim acredite, ele foi capaz, ele fez e encerrou de uma péssima maneira sua carreira. Porém, “Zizou”, como é chamado, foi o jogador de maior destaque e o título de nome da copa não deve ser tirado dele por isso. Longe de defende-lo, foi ridículo o que ele fez, mas não passa de uma daquelas atitudes impensadas a que todos nós estamos sujeitos e creio que ele deve ter se arrependido. Saiu de cabeça baixa, chorando e não foi receber a medalha. Talvez estivesse com vergonha.
O ato não foi dado de graça, o defensor italiano não deve somente ter xingado sua irmã, mas feito outras provocações. Não que isso justifique sua atitude, mas deve ser difícil manter a calma e a postura em uma final disputada como aquela e que culminou com uma prorrogação ainda mais cansativa. Zinedine Zidane mostrou hoje o quão é humano e está sujeito a gestos grosseiros, à sentir raiva e “perder a cabeça” como qualquer outra pessoa. Ele só foi infeliz de ser em uma final, justamente no jogo em que ele dava adeus ao futebol. Mas não é por isso que tudo aquilo que ele já fez seja esquecido e anulado. Foi ele o nome da copa e errar é humano. No fim, deu dó. E muita.
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Só mais uma...
As prorrogações e disputas com pênaltis deveriam acabar. A prorrogação é desgastante. A qualidade dos jogadores cai, e muito, após os noventa minutos convencionais. Além disso, a ansiedade e a raiva aumentam tanto que proporcionam um clima favorável a atitudes como a de Zidane. E os pênaltis são injustos. É loteria, o jogador tem que contar com a sorte. Nem sempre o melhor time vence. Outros critérios de desempate, como saldo de gols, melhor campanha na primeira fase seriam mais justos.>>
Domingo é mesmo um dia depressivo, ainda mais depois de um sábado passado ao lado daquela pessoa que você nunca se cansa de estar perto.
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