sábado, dezembro 20, 2008

Be kind rewind

Dê as pessoas o que elas querem - ver, ouvir, assistir, escutar, ler - mais do mesmo.


Um aspecto da história de Be kind Rewind (prefiro o título original, uma vez que é tão gostoso pronunciá-lo, "dá cosquinha na língua") me despertou grande atenção devido à sua atualidade. Na verdade, o filme me provocou tanto, que me deixou um pouco atormentada.
Pode parecer óbvio demais, e nem se relacionar tanto a idéia central do "novo" filme do diretor Michel Gondry, mas fazer críticas, resenhas, análises, ou seja lá o que for, seria repetir o que a maioria da imprensa já falou sobre ele. Em um mundo no qual a lógica do capitalismo (isso me soa tão clichê) insiste na produção em série, quem procura o seu diferencial tem o seu merecido reconhecimento.
No filme, o ator Danny Glover, interpreta o dono de uma antiga locadora (daquelas à moda antiga, que ainda alugam VHS) prestes a ser fechada por não se adaptar as controversas normas exigidas pela prefeitura (ou seja lá o quem for que cuida dessa burorcracia) da cidade. Decidido a não perder o negócio, o personagem fica um tempo fora com o objetivo de descobrir como se adaptaria as mudanças dos novos tempos. Para isso, deixa como substituto seu funcionário, e é aí que acontece tudo o que as repetidas sinopses do filme não cansam de anunciar: ele e seu atrapalhado amigo, Perry, interpretado por Jack Black, apagam acidentalmente as fitas e, para não levar o lugar à inevitável falência, decidem refilmar todos os títulos de forma caseira.
No entanto, o que seria um grande fiasco, acaba fazendo um grande sucesso entre os fregeses habituais da locadora e os habitantes das redondezas. E é aí que o filme contra sua maior genialidade. Ninguém tem interesse em locar as cópias originais, sejam elas em VHS ou em DVD, novidade do momento. A maioria das pessoas estão dispostas a pagar 20 doláres, um valor 20 vezes mais caro do que seria a locação habitual, para assistir as cópias caseiras, ops "suecadas", como diriam os protagonistas. O sucesso é tamanho que os próprios moradores começam a dar suas contribuições nas produções.
Fugindo um pouco da narrativa do filme até mesmo do universo cinematográfico, essa história se torna tão atual, uma vez que encontra semelhança ao que vem acontecendo na contemporaineidade, especialmente depois do advento da internet. O público, seja ele espector, ouvinte, leitor, está em busca do diferencial. Acredito que seja por causa disso que eles têm se cansado de se comportarem como meros consumidores de cultura e estejam, em um número cada vez maior, se tornando parte dessas mesmas produções. Ninguém quer simplesmente baixar uma música ou um filme, as pessoas querem fazer suas próprias obras, querem dar opinião nas produções dos outros.
O simples aumento da procura por blogs, seja como leitores ou produtor de contéudo, já demonstra o interesse por uma opinião diferenciada daquela que a mídia toda insiste em repetir. E a isso soma-se a aumento do número de bandas, de produtores de vídeos ou de novos escritores. Enganam-se aqueles que acreditam que o fato das redes de cinemas crescerem tanto e engolirem os cinemas de bairro é conseqüência das pessoas só se interessam por grandes sucessos. Não! E os moradores de Passaic, uma pequena cidadezinha localizada em New Jersey, ilustram isso.

PS.: Depois disso fiquei pensando em qual seria o diferencial que poderia buscar para o Estrela Torta.


Be kind Rewind
Direção: Michel Gondry

segunda-feira, dezembro 15, 2008

A melhor de todas as listas: Os filmes mais pirateados do ano

Melhores e piores filmes do ano, melhores e piores personagens de 2008... Que nada! A lista mais bombante e - honesta - do ano é a dos 10 filmes mais pirateados do ano, segundo o número de downloads no BitTorrent.

Sem supresa nenhuma, o líder da lista é Batman - O Cavaleiro das Trevas, seguido por O incrível Hulk e Efeito Dominó.

A relação está no Olha Só, blog do Calil.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Queime depois de ler

Partilho da mesma opinião da crítica Maria Silva Camargo em relação ao filme Queime depois de ler (2008). Certamente, ele não é o melhor filme do ano, tampouco se destaca como um dos melhores filmes dos irmãos Cohen, que têm em sua filmografia obras como o premiado ao Oscar deste ano "Onde os fracos não tem vez". Entretanto, a comédia, disfarçada de filme de espionagem, se destaca pela maneira que a dupla encontrou para ironizar a estupidez da sociedade americana contemporânea. Com um humor ácido e cortante, Queime depois de ler é sádico, divertido e irônico.
Um disquete contendo memórias de um ex-agente da CIA, demitido por seu alcolismo, cai acidentalmente nas mãos de dois funcionários de uma academia do subúrbio de Washington. Enxergando uma possibilidade de arrumar algum dinheiro, em uma atitude imbecil, os dois decidem oferecê-los á Embaixada Soviética, que não quer nada com o assunto. Por si só essa situação já se destacaria como uma boa piada, se não fosse o fato dos personagens envolvidos na trama serem movidos por interesses consumistas, tão característicos da contemporaneidade.


Linda Litzke, a "funcionária mentora" da chantagem, é uma mulher solitária e vaidosa, que vive procurando encontrar relacionamentos com ajuda da internet. Linda acredita que para arrumar um namorado deverá passar por quatro cirurgias plásticas. Chad Feldheime (interpretado com brilhantismo por Brad Pitt), seu comparsa, é um professor de ginástica que lembra qualquer um daqueles bombadões sem cérebro que se encontram aos montes nas academias pelo mundo afora. Ele tem que malhar, mascar chiclete e ouvir música, de preferência dance, sem parar. Osbourne Cox, o rancoroso ex-agente da CIA, é a caricatura perfeita do americano de hoje. Prepotente, ele não sabe porque está perdendo o terreno e deseja a todo custo encontrar o culpado por isso. Porém, o vício do álcool só o leva ainda mais para baixo. O tom irônico do filme é acentuado ainda mais pela atmosfera de suspense que a dupla de diretores criou para a trama, como se o conteúdo do disquete realmente fosse algo relevante. A montagem nervosa, com cortes rápidos, e a trilha sonora intensa, bastante comuns aos filmes de suspense, cumprem bem esse papel. Entretanto, para o público mediano isso pode ter um efeito contrário. Exemplo disso, foi a mocinha na sessão de ontem exclamar um Oh, é isso! quando, no final do filme, o agente da CIA, interpretado por J.K. Simmons, levantar os braços e e confessar que não compreende o porquê dos americanos não viverem de uma maneira lógica. Genial!


Queime depois de ler
Direção: Joel e Ethan Coen
EUA, 2008

quarta-feira, dezembro 03, 2008

143 maneiras que o cinema já disse The end

Isso eu acabei de ver no blog do Calil, que, por sua vez, achou no flickr - vai saber como. Um álbum que reúne várias imagens de The ends, de vídeos antigos. Sensacional. Quando Calil postou, havia, 139 itens na coleção, que agora subiu para 143. Vale a pena dar uma olhada.





Bacanudo demais!


ps.: Desculpe, mas tive que roubar (descaradamente) a montagem feita pelo Ricardo Calil, no Olha só. Eu juro que eu tentei copiar as imagens do flickr, mas minhas limitações tecnológicas impediram que eu conseguisse fazer isso.
Mas, então, o crédito da imagem é dele.

terça-feira, dezembro 02, 2008

Fotos da exposição de Rebobine, por favor!

Sensacional! Em minhas andanças pela internet, encontrei as fotos dos cenários da exposição de Michel Gondry, do seu últime filme Rebobin, por favor!

Pelas fotos, da para sacar que os cenários são recheados de objetos antigos. Destaque para a televisão amarela, super retrô, e para o secador cor de rosa, um verdadeiro luxo!











As fotos são de Angélica Bito, do site Cineclik, do Uol, onde vocês podem conferir mais fotografias dos cenários.

Só para lembrar: a exposição acontece a partir de hoje no Museu da Imagem e do Som, e vai até o dia 11 de janeiro. A entrada e a particpação no workshop é gratuita. Para isso basta fazer um agendamento prévio no site do evento.

 
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