Leila, Rebeca e Hanna em uma das cenas mais bonitas do filme: o momento de trégua
Uma judia (Hana Laszlo). Uma palestina (Hiam Abbass). Uma americana (Natalie Portman). Essas três mulheres cumprem em “Free Zone” uma função simbólica. Suas atitudes representam as atitudes de cada um dos países envolvidos no conflito no Oriente Médio. Sem demonstrar qualquer fanatismo religioso, o israelense Amos Gitai (Alila), faz um filme limpo e neutro, no qual não defende nenhum lado. O diretor opta por apenas mostrar, através dessas três personagens femininas o papel que Israel, Palestina e os Estados Unidos tem na tensão no Oriente Médio.Hanna é uma taxista judia, é alemã, mas vive em Israel. Decidida a cobrar uma dívida de seu marido ela cruza a fronteira e segue para a Free Zone. Situada na Jordânia, a Free Zone, é uma espécie de zona franca, onde israelenses, sírios, palestinos e egípcios circulam livremente a fim de estabelecer suas relações comerciais. A mulher leva consigo, Rebeca, uma americana um pouco confusa, que acabara de romper um relacionamento. Lá, as duas encontram com a palestina Leila, a mulher do americano que deve dinheiro ao marido de Hanna.
A partir desse encontro, as características de cada um dos povos envolvidos são reveladas. Hanna, como um bom judeu sabe bem como cobrar uma dívida. Insistente e ameaçadora como qualquer israelense, ela não dá trégua a ponderada palestina que sabe dar uma boa desculpa para não paga-la. Situação bastante semelhante à relação conflituosa estabelecida entre árabes e judeus causada pela disputa pela região da palestina. Enquanto, as duas simbolizam cada um dos dois envolvidos diretos do conflito, Rebeca, representa o papel dos americanos. Apesar de não ser judia, pois apenas seu pai é judeu (sim, os judeus são matriarcais) ela se sensibiliza à causa judaica. Talvez, Gitai tenha querido mostrar o papel dos americanos ao colocar Rebeca seguindo (e apoiando) Hanna e em alguns momentos tentando interferir na situação.
Sob uma outra ótica, a personagem Rebeca, ao seguir Hanna e acompanhar o pequeno conflito entre a judia e a palestina, pode cumprir uma relação íntima com aquele que o assiste. Ela representa qualquer um de nós, espectadores do conflito. As duas mulheres parecem defender suas condições a americana que as ouve atentamente.
Apesar do filme tentar representar uma postura mais otimista, pelo próprio lugar onde a história se desenvolve, e em alguns momentos pela discussão tender para o acordo, como os dois povos já ensaiaram em raríssimas vezes, isso não passa de uma mera ilusão. O filme poderia muito bem ter terminado no momento em que as três seguem juntas -e cantando- no mesmo carro em busca do tal americano.
Porém, Amos Gitai preferiu ser realista e termina-lo um momento depois desse prenúncio de paz. Leila e Hanna iniciam uma discussão interminável dentro do veículo, enquanto Rebeca as abandona, evidenciando mais uma vez a ambigüidade da personagem. A fuga pode ser uma estratégia de manutenção da guerra: interesse dos americanos, ou representa a fadiga que pelo menos meio mundo sente em relação ao conflito. Cabe ao espectador julgar. É um filme fatalista, que mostra que apesar de existir momentos de brecha, os conflitos, são intermináveis.
Free Zone - Dirigido por Amos Gitai
Com Hana Laszlo, Hiam Abbass, Natalie Portman, Carmem Maura
Duração 90 min
Israel/ França/ Espanha/ Bélgica 2005
2 comentários:
Hi Miss Juliana!!! hihihihi, este filme parece realment bom, meio trágico, pq c sabe q curto coisas mais relax e essa realidade toda as vezes me assusta! Seu blog tah todo 1 doce!!! C jah viu esse filme??? Bjokkkkkkaaa, have a nice weekend!!!
Love to all......
Postar um comentário