300 - Tudo não passa de um simulacro
Sem muito ânimo de escrever por aqui (meu trabalho de contar histórias que, por sinal, eu venho adorando tem me tirado tempo de freqüentar as salas de cinema), mas na tentativa de cumprir a obrigação de atualizar esse blog que anda meu chulé, deixo uma simples pergunta reflexiva sobre o BLOCKBUSTER - sim, com todas as letras maiscúlas e em todos os sentidos que o termo abrigar - 300 (de esparta).
De que adianta tanto recurso técnico, gráfico, digital e tantos outras blá blá blás usados de forma a obter a perfeição, se o resultado final é uma obra (se é que esta recriação pode ser chamada assim) vazia, desprovida de qualquer tipo de conteúdo? Em 300, todos os recursos digitais utilizados para recriar fielmente a graphic novel de Frank Miller não tem uma outra função se não aquela de servir de objeto puramente contemplativo. Nada ali tem o papel de significar algo. É a estética pela estética. Vazio.
PS: Quanto ao caráter ideológico, o meu medo é que o número de espectadores que 300 conseguiu abarcar se sensibilize com a idéia de que para ser forte e ter poder é preciso que os mais fracos (alguém se lembra das recomendações iniciais de como é construída uma sociedade que utiliza a "bravura" como mote ideológico central) ou o diferente (os persas - recriados de forma cliché a partir do figurino alegórico de Rodrigo Santoro que interpreta o deus-imperador Xerxes) sejam eliminados. Se houve uma discussão em torno das figuras de Xerxes e do espartano Leônidas, eu fico com aqueles que compararam a postura de Esparta com a dos Estados Unidos. Eu escrevi mais do que eu pensei que fosse escrever. Talvez o título do post já servisse de análise a provocar uma reflexão.
em busca da completude. as coisas, ultimamente, vem até a mim, assim: pela metade. eu não sei qual parte escolher. será que é impossível ficar com as duas?
Um comentário:
cadê atualização?
cadê blogger beta?
Ah?
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