terça-feira, maio 11, 2010

Alice in Wonderland

... Mas o título bem que podia ser Tim Burtom in Wonderland. Sim porque quem se perdeu e 'viajou' foi o diretor cult, tão idolatrado por meia dúzia de moderninhos de plantão que fazem design e acham estética tudo!
É redundância repetir que a história criada pelo problemático Lewis Carroll é uma viagem, se da mente ou de LSD, como muitos já cansaram de teorizar, não importa, mas é tudo o que Alice in Wonderland, o filme de Tim Burtom, não é. O roteiro, pouco ousado, é bastante simplório e não sai do óbvio: a história da menina que visita um mundo encantado. Superficiais, os diálogos não te dão a mínima vontade de pensar sobre outras possibilidades, estão ali simplesmente para contar uma história de uma menina que volta ao "País das maravilhas", um pouco mais madura, para assumir uma papel ou função, tão vazio quanto o filme. Piadas sem graça e meio non sense como uma alusão ao imperialismo chinês ou uma dança à la Michel Jackson são patéticos e em nada se relacionam com a história original. A culpa, talvez, seja da Disney, que optou por um filme voltado para o público infantil (como se as crianças fossem burras, né?). Não foi a toa que J.R.R Tolkien disse, antes de morrer, que não gostaria que nenhuma de suas histórias fossem feitas pela tal distribuidora "dos sonhos".
Muitas dizem que o visual, a estética "salvam" Alice do fiasco total. Não partilho dessa opinião. Aliás, o 3D é totalmente dispensável e despropositado, sem qualquer tipo de relação com a história, como no Avatar, por exemplo. E essa opção por essa nova velha técnica só me deixou ainda mais irritada, por encontrar justificativa em um interesse capitalista, ou seja, vender. Vale lembrar que o 3D só foi utilizado depois do sucesso estrondoso do filme de James Camerom.
No final das contas, Alice in Wonderland não conseguiu captar a essência do livro de Carroll, por isso, uma decepção.

Essa versão, feita em 1966, consegue ser mais sombria, inteligente e artisticamente superior à lançada este ano:




4 comentários:

Anônimo disse...

Oi Jú!
Ainda não vi o filme de Tim Burtom e não conhecia essa versão de 1966! Agora sou obrigado a ver os dois. rsrs

Ju Semedo disse...

É bom que tem essa versão toda no youtube. preto-e-branco, lindão!

leo bueno disse...

burton é idolatrado pela turminha que acha o máximo dizer que asiste filmes cult, anda de "chapeuzinho do fiuk" pra cima e pra baixo e curte o carnaval fantasiado de alex, do "laranja mecânica". mas peraí, indies não curtem carnaval... *rs

desde a "fábrica de chocolates", tim burton tem se especializado na estética, enquanto os roteiros ficam cada vez mais fracos. ele é melhor nas coisas autorais.

Unknown disse...

Essa versão é melhor do que esta última. Ah, mas nada é melhor do que o surrealismo do livro...
gostei desse blog. SEGUINDO-TE!

 
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