domingo, julho 02, 2006

Sinceramente...

"Roberto Carlos ajeita meia e Brasil toma gol". Começo com a notícia do Folha online de hoje, para escrever sobre a atuação do Brasil na Copa.
Não foi nenhuma surpresa, pelo menos para mim, o Brasil não conseguir chegar á final. Desde o início da copa quando se falava tanto que a nossa seleção era a melhor do mundo, não botava fé, sabia que o “sonho” do sexto campeonato mundial não se realizaria. Seria muito enfadonho uma só seleção chegar a final e sempre ganhar. O Brasil foi finalista das três última edições do torneio, vencendo duas. Não dava, monótono demais, perderia a graça.
Iniciou então, a copa. O Brasil enfrentou seu primeiro adversário, a fraca seleção da Croácia. Porém
, o time apresentou um desempenho pífio, muito aquém do esperado. E isso se repetiu na segunda partida contra a Austrália. Seleção mal escalada, recuo de bolas, falta de criatividade e dificuldades para vencer. Tudo isso, aliado à truculência do técnico Carlos Alberto Parreira, que se negava a ceder as pressões dos torcedores e de toda a imprensa esportiva, para modificar o time. O terceiro jogo, contra a seleção do Japão, vimos uma apresentação melhor. Então, todos pensamos que deslancharia.
Mas não deslanchou. O Brasil venceu Gana por 3 a 0 na partida válida pelas oitavas-de-final, mas novamente não convenceu. A seleção africana só não conseguiu fazer gol devido à inexperiência que chega a beirar a ingenuidade, porque eles dominaram o jogo do início ao fim. Sinceramente? Com essas exibições medíocres, não. Não merecíamos chegar nem as quartas-de-final.
Mas chegamos. Então, veio a França, e junto com ela, todas as especulações sobre quem seriam os escalados para o jogo e os fantasmas daquela final pífia e no mínimo questionável, da copa de 98 em que o Brasil perdeu de goleada para os franceses na final começaram a assombrar. Falava-se então, até em uma revanche, que para mim, não tinha nada de revanche. Não eram os mesmos jogadores e nem era uma final como o jogo de outrora (uma única vez eu partilho da mesma opinião de Parreira). Pelé, um dia antes, na sexta-feira, já começava com aquela mesma conversa fiada da copa da França, que tinha um mau presságio em relação a partida.
Não deu outra, os fantasmas assombraram. (quem seriam esses fantasmas? Ricardo Teixeira de novo, hein, hein?). Embora Carlos Alberto “teimoso” Parreira, tenha cedido as pressões de meio mundo e escalado o time que o Brasil inteiro queria, com Juninho Pernambucano no meio e Ronaldinho Gaúcho mais adiantado, algo soava estranho. A torcida presente no estádio alemão de Frankfurt, Commerzbank Arena, parecia adivinhar, estava murcha, triste, diferente do normal, em que chega a pecar pelo exagero e excentricidade.
E os jogadores? Apáticos. Sim, apatia é a palavra que melhor define a atuação da seleção brasileira ontem. O Brasil esteve apático. É exagero dizer que eles jogaram mal, eles simplesmente não jogaram. Não acredito que os melhores do mundo tenham se esquecido de um momento para o outro a maneira como jogar futebol. Isso não existe. Parecia que a maioria ali, não se importava o mínimo em jogar. Parreira estava impassível, e se não foi pirraça, pareceu e muito, ao fazer as substituições a 10 minutos do final do jogo.
Também, não acredito que o Brasil trema diante da França e nem que seja inferior a seleção dela. Basta lembrar do futebol, ou da falta do futebol dos franceses na primeira fase. Mesmo ruim, o Brasil ainda era melhor que eles. Mas não foi, perdendo por um placar de um a zero. A culpa? Incompetência e falta de vontade de boa parte dos nossos jogadores que parecem se importar somente com seus objetivos individuais.
E depois, ainda dizem que é falta de patriotismo a minha, torcer pelos argentinos. Para esses, deixo duas perguntas reflexivas.

  1. Quem não é patriota, eu, ou Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Kaká (até você, hein?)? Ontem, o que se viu, foi uma notória falta de patriotismo. Não se vê um argentino, um inglês, entregar o jogo daquela maneira como "a nossa seleção de estrelas" fez na partida de ontem.
  2. Dá para torcer assim?

E assim, termino eu: É possível confiar em alguém que ajeita a meia no momento de uma cobrança de falta do adversário e deixa um centroavante livre para marcar, sinceramente, né?
E o filme se repete: uma semana para chorar as mágoas e depois a pauta muda para se falar de eleições.

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Quem sabe...

Meu palpite para a final: Alemanha X França.
Meu desejo: Alemanha X Portugal (adoro-te Felipão)

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu realmente concordo com sua análise, jú, ficou uma gracinha!!! hihihihi, mas não acredito que torcer pela seleção seja falta de patriotismo, afinal, aquela "esperançazinha" que faz a gente querer sempre mais um título. Mas concordo inteiramente com o fato da falta de amor dos jogadores da seleção. Eles não demonstraram qualquer vontade de jogo, e é totalmente coerente a raiva por uma derrota que a nós pareceria injusta. Mas falta muita humildade da parte dos nossos jogadores, pra fazer diferente, como há alguns anos atrás, quando mais que estrelas, haviam brasileiros em campo.
Bjokaaaaaassss!!!!!!!

Anônimo disse...

eu acho que, tipo assim, vc sabe, é um lance muito doido.

Anônimo disse...

e que você não sabe se explicar, é isso?

 
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