Sobre assistir novelas... (e outras coisinhas mais)
Sim, eu assisto à novela da Rede Globo, Páginas da vida, e não tenho problema algum em assumir o fato. Mas explico a atitude repentina de voltar a fazer algo que não fazia parte de minha rotina diária, desde a época de infância em que eu discutia com minha mãe para poder assisti-las. É que existem três culpados por despertar em mim o interesse em “Páginas da Vida”. A cultura inútil, a bossa nova e a obrigação jornalística.
Explico-os. Não tiro férias há um ano. Descobri que ando sofrendo de um cansaço psicológico causado pelo excesso de livros e filmes que exigem um raciocínio mais elaborado que aquele exigido pelas banalidades do cotidiano apresentados pela novela. Um pouco de cultura inútil é uma ótima pedida para fazer a mente descansar. Além disso, as situações abordadas por esta novela aproximam-se muito da realidade, ao contrário das outras que se distanciam devido ao seu caráter exageradamente falso.
Digamos que ao agradável se une o útil. Jornalista tem que se inteirar de tudo, até do supérfluo. Ou será que eu já me esqueci das aulas de Teorias da Comunicação e daqueles exemplos retirados da antecessora “Belíssima”. Tudo bem que a novela é fútil e se assemelha com aqueles dramas mexicanos, tamanha a quantidade de lágrimas já escorridas em apenas 13 capítulos. Ao luxo excessivo e ao acréscimo de mais um ingrediente: a religiosidade do núcleo principal. Quantas vezes eu já assisti Ana Paula Arósio e Tarcísio Meira orando naquela capela da mansão? Inúmeras. Se a estrutura da Globo não fosse uma das melhores e o Brasil não se destacasse pela perfeição de suas novelas, o enredo e roteiro de “Páginas da Vida” seria possível confundi-la com uma “Maria do Bairro” da televisão mexicana Televisa. Porém, utilizando de um distanciamento elas se tornam passíveis de uma análise crítica, observando seus deslizes e situações absurdas.
É também possível que o espectador se reconheça nas atitudes de alguns dos personagens, além de conhecer o meio da alta sociedade carioca. Sem contar a influência sofrida pela realidade devido à novela. Roupas dos personagens que se transformam e moda. Nomes que são dados as crianças que nascem graças à simpatia nutrida pelos protagonistas. Atitudes copiadas. Enfim, um estudo psicológico e outro sociológico entenderiam melhor esses assuntos.
Porém, o que a novela tem de melhor é a trilha sonora. Separando as músicas internacionais que eu não agradei de nenhuma, as brasileiras estão perfeitas. Por dois fatores: primeiro porque pertencem à Bossa Nova. Eu gosto muito do estilo musical. Segundo porque elas retratam muito bem o cotidiano carioca. Basta-me ouvir “é melhor ser alegre que ser triste/a alegria é a melhor coisa que existe” para esquivar-me um pouco daquele stress do decorrer do dia. Essas canções provocam em mim um saudosismo de uma época que eu não vivi.
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Debochada, cínica e sarcástica. Quem? Eu?
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"Casamento Desfeito"
Essa eu vi por acaso em um dos blogs da Globo.
O ator, diretor e produtor George Clonney e o diretor, roteirista e também produtor Steve Soderbergh não dividem mais a produtora Section Eight. Após uma parceria de 6 anos em que produziram juntos alguns filmes como "Syriana-A indústria do petróleo" e o premiado "Boa noite, boa sorte" Clonney se desligou do sócio por motivos não revelados e está criando uma nova produtora, a Smoke House. O parceiro da vez é um conhecido do ator nas filmagens de Boa noite, boa sorte, o produtor Grant Heslov. Embora nenhum projeto tenha sido anunciado a produtora já tem contrato com a distribuidora Warner.
Soderbergh disse que está muito cansado de dirigir, só vai entregar o último projeto The Good German e depois disso fechará a Section Eight. A partir de agora, ele só atuará como diretor.
Um comentário:
Ju,
se eu não soubesse o tanto que você trabalha;
se você não tivesse um poder argumentativo foda na escrita;
e se bossa nova não fosse, realmente, um negócio de outro mundo, eu bem te diria prá largar essa besteira prá lá e admitir que você assiste 'páginas da vida' porque é fã do Maneco.
Mas, tudo bem, cê me convenceu.
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