terça-feira, julho 25, 2006

Sobre assistir novelas... (e outras coisinhas mais)

Sim, eu assisto à novela da Rede Globo, Páginas da vida, e não tenho problema algum em assumir o fato. Mas explico a atitude repentina de voltar a fazer algo que não fazia parte de minha rotina diária, desde a época de infância em que eu discutia com minha mãe para poder assisti-las. É que existem três culpados por despertar em mim o interesse em “Páginas da Vida”. A cultura inútil, a bossa nova e a obrigação jornalística.
Explico-os. Não tiro férias há um ano. Descobri que ando sofrendo de um cansaço psicológico causado pelo excesso de livros e filmes que exigem um raciocínio mais elaborado que aquele exigido pelas banalidades do cotidiano apresentados pela novela. Um pouco de cultura inútil é uma ótima pedida para fazer a mente descansar. Além disso, as situações abordadas por esta novela aproximam-se muito da realidade, ao contrário das outras que se distanciam devido ao seu caráter exageradamente falso.
Digamos que ao agradável se une o útil. Jornalista tem que se inteirar de tudo, até do supérfluo. Ou será que eu já me esqueci das aulas de Teorias da Comunicação e daqueles exemplos retirados da antecessora “Belíssima”. Tudo bem que a novela é fútil e se assemelha com aqueles dramas mexicanos, tamanha a quantidade de lágrimas já escorridas em apenas 13 capítulos. Ao luxo excessivo e ao acréscimo de mais um ingrediente: a religiosidade do núcleo principal. Quantas vezes eu já assisti Ana Paula Arósio e Tarcísio Meira orando naquela capela da mansão? Inúmeras. Se a estrutura da Globo não fosse uma das melhores e o Brasil não se destacasse pela perfeição de suas novelas, o enredo e roteiro de “Páginas da Vida” seria possível confundi-la com uma “Maria do Bairro” da televisão mexicana Televisa. Porém, utilizando de um distanciamento elas se tornam passíveis de uma análise crítica, observando seus deslizes e situações absurdas.
É também possível que o espectador se reconheça nas atitudes de alguns dos personagens, além de conhecer o meio da alta sociedade carioca. Sem contar a influência sofrida pela realidade devido à novela. Roupas dos personagens que se transformam e moda. Nomes que são dados as crianças que nascem graças à simpatia nutrida pelos protagonistas. Atitudes copiadas. Enfim, um estudo psicológico e outro sociológico entenderiam melhor esses assuntos.
Porém, o que a novela tem de melhor é a trilha sonora. Separando as músicas internacionais que eu não agradei de nenhuma, as brasileiras estão perfeitas. Por dois fatores: primeiro porque pertencem à Bossa Nova. Eu gosto muito do estilo musical. Segundo porque elas retratam muito bem o cotidiano carioca. Basta-me ouvir “é melhor ser alegre que ser triste/a alegria é a melhor coisa que existe” para esquivar-me um pouco daquele stress do decorrer do dia. Essas canções provocam em mim um saudosismo de uma época que eu não vivi.

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Debochada, cínica e sarcástica. Quem? Eu?

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Dúvidas "mais ou menos" antigas

Zinedina Zidane foi punido com três partidas pela cabeçada dada ao jogador Marco Materazzi, na partida na final da copa do mundo. Se ele se aposentou do futebol, como será esse pagamento? Quem souber por favor, me conta.

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"Casamento Desfeito"

Essa eu vi por acaso em um dos blogs da Globo.

O ator, diretor e produtor George Clonney e o diretor, roteirista e também produtor Steve Soderbergh não dividem mais a produtora Section Eight. Após uma parceria de 6 anos em que produziram juntos alguns filmes como "Syriana-A indústria do petróleo" e o premiado "Boa noite, boa sorte" Clonney se desligou do sócio por motivos não revelados e está criando uma nova produtora, a Smoke House. O parceiro da vez é um conhecido do ator nas filmagens de Boa noite, boa sorte, o produtor Grant Heslov. Embora nenhum projeto tenha sido anunciado a produtora já tem contrato com a distribuidora Warner.
Soderbergh disse que está muito cansado de dirigir, só vai entregar o último projeto The Good German e depois disso fechará a Section Eight. A partir de agora, ele só atuará como diretor.

Uma pena...Pois foi depois dessa parceria que eu comecei a gostar de Clooney.

Um comentário:

Lara Spagnol disse...

Ju,
se eu não soubesse o tanto que você trabalha;
se você não tivesse um poder argumentativo foda na escrita;
e se bossa nova não fosse, realmente, um negócio de outro mundo, eu bem te diria prá largar essa besteira prá lá e admitir que você assiste 'páginas da vida' porque é fã do Maneco.

Mas, tudo bem, cê me convenceu.

 
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