...I'm so sad
A manhã já apresentava prenúncios de que não seria um dos melhores dias de sua vida. Também não anunciava que seria tão ruim, como de fato, foi. Tudo bem que não demonstrara nem um pouco de entusiasmo com o reinício das aulas, após mais de um mês de não-descanso. Mas este espírito pouco animador não precisava ser o responsável por acarretar algumas situações constrangedoras ou no mínimo delicadas como as que passei durante o dia de hoje. Não que meu desânimo fosse o culpado de tudo o que aconteceu, porém quando você não começa seu dia bem as coisas parecem não se encaixar.
Primeiro, o “quase” acidente. Foi milagre aquele ônibus de turismo que surgiu no cruzamento da Paraná com Tupis, após avançar o sinal, em pleno centro de BH, às 6:30 da manhã, não bater na lateral do meu “amado” veículo azul 4111. Por um triz o transporte não estraga o sonho de alguns calouros e de outros tantos jovens universitários. Durante a aula, aquele papo furado de sempre. Apresentações, planos de estudos, formas de avaliação ou o modo correto de se comportar em uma universidade. E junto com isso tudo aquele sensação de não-pertencimento. De não saber o que ainda faz em um lugar que já revelou há muito não ser o ambiente que se sente melhor.
Sentimentos estranhos, sorrisos falsos, mau-humor incontrolável e uma vontade louca de fugir de tudo isso. Desanimada por demais para o início.
Ao decorrer do dia, aquele encontro que talvez não tenha sido um dos melhores, que culminou com uma ligação já no fim do dia que serviu para alimentar ainda mais minha imaginação terrível. Teria sido pior se telefonasse para saber o que acontecera, ou acontecia, não sei. Atraso, dor de cabeça, fome, tontura. Por um instante chegou a acreditar que aquele cenário se modificaria e com o perdão da expressão, após a "tempestade viria a bonança". Mas não. Talvez esse 1° de agosto tenha se revelado ainda pior. Culpa, do cigarro que literalmente estava picado do outro que demorou para acender. Daquele pivete que além de roubar-lhe o cigarro ainda tentou assaltar-lhe duas vezes. Mas talvez o mais ridículo tenha sido quando caiu ao embarcar naquele ônibus triste e vazio. Machucou a perna, torceu os ombros e chorou. Não sei bem se de dor ou de desespero. Mas sei que chorou, e muito. E se sentiu sozinha...
PS: Perdoem-me o drama. Preferiria ter escrito um texto irônico em que eu brincasse com a minha própria condição. Algo do tipo "estou me fudendo". Mas hoje foi o dia em que nem os elogios conseguriam satisfazer-me. E nem o foda-se foi capaz de aliviar.
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É preciso que algo aconteça, eis a explicação da maior parte dos compromissos humanos. É preciso que algo aconteça, mesmo a servidão sem amor, mesmo a guerra ou a morte.”
Albert Camus, A queda
E a isso eu acrescento...Do contrário não nos contentamos e a vida vira uma desgraça, perde o sentido. O ser humano vive da espera. Crônica. Quando algo finda é preciso que venha outro algo. E eu, infelizmente me encaixa perfeitamente nessa definição.
3 comentários:
medo...
Putz,adorei a parte do "aquela sensação de não-pertencimento", eu sempre tenho isso, hihihihihhi!!!! No stress Ju, foi só a bad day... Kisses!!!
Ju,
apesar da "tragédia" do seu dia e de sua notável insatisfaçao com o "andar" da vida(ou "parar") vc se mostra -novamente- uma pessoa segura em suas palavras.Nao alienar-se diante da vida como ela realmente é...tarefa árdua de todos nós.
Sei bem como se sente,mas tbem sei que passa.
seu blog é um amor! SORTE!
Angélica Nunes Carvalho
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