quarta-feira, dezembro 13, 2006

Cassino Royale

O novo 007, “Cassino Royale”, inspirado no primeiro livro da série policial escrita pelo inglês Ian Flaming, é sim, como muitos já afirmaram, um dos melhores filmes sobre o agente secreto James Bond, em 44 anos de adaptação para o cinema. Porém, a façanha, nem se deve ao enredo principal, mas sim a dois outros fatores: o motivo do agente, tido como o mais charmoso do planeta, enxergar a mulher como um mero objeto sexual e as seqüências de cenas mais violentas e menos esdrúxulas que os filmes anteriores. Se alguém assistiu 007 - "Um novo dia para morrer" (o penúltimo antes de "Cassino Royale") e viu o carro do agente atravessar um painel de vidro e literalmente “voar”, entende do que eu falo. A nova versão se caracteriza por privar de certos exageros, o que não retira a impossibilidade de certas atitudes, mas em se tratando de James Bond, é perdoável.
“Cassino Royale” apresenta a primeira missão de James Bond, porém, a história central, além de ser recheada pelos mesmos clichês a que qualquer um que o dirigir deverá obrigatoriamente se submeter, é carregada com o mesmo tom político americanista (sim, eu sei que o agente é inglês, mas a Inglaterra é aliada dos Estados Unidos, ok?) dos outros enredos. O que provoca a irritação e a antipatia de muitos.
A tarefa do agente 007 é bastante pertinente para o cenário mundial atual. Interpretado pelo estreante Daniel Craig, James Bond deverá investigar um banqueiro ligado a organizações terroristas. M (Judi Dench) é inicialmente dura com o agente, temendo pelo seu caráter um tanto impulsivo, mas logo, se rende e aposta em Bond. Ao espionar o grupo terrorista, o agente chega enfim ao banqueiro milionário, Le Chiffre, que almeja conseguir dinheiro a partir de um jogo de pôquer, em Montenegro, no Cassino Royale. O objetivo de Bond é ganhar a partida e enfraquecer o terrorismo.
É aí, que algumas questões são elucidadas, durante a missão, o agente será auxiliado por Vésper Lynd (Eva Green). É óbvio que o agente irá se apaixonar. Porém, o fim do romance, a desilusão sofrida por James Bond, será a causa principal do agente utilizar a figura feminina como um objeto descartável, utilizado apenas para satisfazer seus interesses sexuais. Mesmo que várias seqüências desnecessárias tenham sido usadas até que o agente seja traído, provocando um certo cansaço no espectador, é essa desilusão o grande trunfo para uma história que muda a que filme, mas cuja essência permanece a mesma.

Quanto a Daniel Craig, ele cumpriu os requisitos para garantir uma boa atuação. O papel não exige muito do ator, mas Craig tem o imprescindível, é charmoso, e se não é tão bonito quanto o antecessor, Pierce Brosnan, ele consegue agradar.
Uma curiosidade: Daniel Craig é o primeiro ator com menos de quarenta anos a interpretar o agente secreto desde George Lazenby em 007 - "A Serviço de sua Majestade" de 1969.


PS: Para aqueles que desejam enfrentar quase 2h3omin de filme, 007-Cassino Royale estréia amanhã.

007 - Cassino Royale - Dirigido por Martin Campbell
Com Daniel Craig, Eva Green, Judi Dench, Jeffrey Wrigth
Duração 144 min
EUA/Inglaterra/República Tcheca

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